Conheça soluções para regenerar o recurso água

Soluções para regenerar o recurso água

Água para consumo, água de processo, água para rega… são inúmeros os usos que a sociedade dá à água, bem essencial à vida. Durante décadas este recurso foi sobreexplorado e a proteção da sua quantidade e qualidade, na origem e a jusante, não prioritária. Mas os desafios da regeneração de recursos pedem-nos uma mudança de rumo, e já!

Temos de regenerar já, porquê?

A crescente procura por água, associada a uma má gestão deste recurso, tem vindo a aumentar o stress hídrico em muitas partes do mundo. As alterações climáticas estão a aumentar esta pressão.
Atualmente, 40% da população mundial é afetada pela escassez de água; 80% das águas residuais são descarregadas sem tratamento no ambiente e mais de 90% das catástrofes climáticas estão relacionadas com a água.
Existem soluções e tecnologias para melhorar a forma como gerimos a água ao nível dos países, das comunidades e das famílias.
É hora de mudar a forma como valorizamos e gerimos a água.

António Guterres, secretário-geral da ONU, por ocasião do lançamento da Década Internacional de Ação 2018-2028 "Água para o Desenvolvimento Sustentável".

António Guterres, secretário-geral da ONU

Sabia que?

O uso da água tem vindo a aumentar em todo o mundo cerca de 1% por ano desde a década de 1980 e a tendência manter-se-á. Hoje sabemos que a escassez de água já afeta quatro em cada dez pessoas (QUEM) e em 2025, dois terços da população mundial poderá viver nesta realidade (WWF).
A água está presente nos principais riscos ambientais identificados no Global Risks Report de 2024 do World Economic Forum: eventos climáticos extremos (1º risco em 10 anos), perda de biodiversidade e colapso de ecossistemas, escassez de recursos naturais, poluição.

Por este motivo, a comunidade internacional reconheceu a necessidade de, do lado da procura mitigar desperdícios e adaptar os usos que são dados a este recurso, limitado por natureza. É também identificada a urgência de trabalhar no sentido de uma economia circular e resiliente, combatendo a poluição das origens de água, reutilizando e reciclando as águas residuais, recorrendo à dessalinização nos territórios e contextos onde faça mais sentido.

Tenho de regenerar já as minhas atividades?

Seja por razões de regulação, seja por razões económicas e de mercado, a forma como as empresas vão mitigar e adaptar-se às alterações climáticas será cada vez mais premente. Traçar uma trajetória robusta para uma economia circular das águas, incluindo o seu tratamento e reutilização, será pois imprescindível.

A aprovação pela Comissão Europeia em julho de 2023 do primeiro conjunto de normas europeias de relato de sustentabilidade (European Sustainability Reporting Standards ou ESRS) é exemplo disso mesmo. As normas de reporte terão em conta tópicos ambientais, sociais e de governance (ESG) e entre os ambientais constam precisamente (i) mitigação das alterações climáticas; (ii) adaptação às alterações climáticas; (iii) recursos hídricos e marinhos; (iv) economia circular e utilização de recursos; (v) poluição do ar, da água e do solo; (vi) biodiversidade e ecossistemas.

Mesmo que estas disposições legais não se apliquem à sua empresa, é muito provável que os mercados onde se move o exijam, além da própria pressão dos consumidores. Além disso, através da eficiência no tratamento de micropoluentes, produção local de energia a partir de lamas de águas residuais e reutilização de água poderá reduzir custos de operação e manutenção e também valorizar recursos até hoje subaproveitados.

Pode parecer só mais um novo acrónimo da densa “sopa de letras” que resulta do European Green Deal, mas é bem mais do que isso e é bom que nos preparemos para as múltiplas decorrências da aprovação dos ESRS – a partir de 2024, e ainda que de forma faseada, as demonstrações de sustentabilidade passarão a ter a mesma relevância que as demonstrações financeiras.

Margarida Couto, Presidente do Grace

Margarida Couto, Presidente do GRACE

 

A Veolia pode ajudar na regeneração da água?

A Veolia está entre as empresas líderes de águas, e tem capacidade para responder às necessidades de cada indústria ou entidade gestora de serviço público. A nossa rede mundial de especialistas em água, energia, resíduos e economia circular dos recursos dispõe de grande conhecimento técnico e uma compreensão profunda dos desafios, pelo que poderá contar com a equipa Veolia na implementação de soluções à medida, nomeadamente para:

  • Produção de água para vários propósitos
  • Otimização de consumos
  • Recolha, tratamento e reutilização de águas residuais
  • Dessalinização


A nossa abordagem assenta em 4 etapas:

1

Diagnóstico para avaliar as suas necessidades

2

Estratégia com prioridade e metas

3

Implementação das soluções mais relevantes para atingir os seus objetivos

4

Operação com vista a otimizar atividades no médio e longo prazo

Como posso garantir a qualidade da água?

São vários os compostos indesejáveis que podem surgir nas origens de água, entre os quais micropoluentes presentes em detergentes, pesticidas, remédios, cosméticos, hidrocarbonetos, etc. Invisíveis a olho nú, estão presentes de forma residual na água e são detetáveis em concentrações muito pequenas (microgramas ou mesmo nanogramas por litro).

Desde a análise da água à deteção e eliminação de micropoluentes, o Grupo está a desenvolver tecnologias e aparelhos inovadores para responder ao desafio de melhorar a qualidade da água para as cidades, e em aplicações industriais e comerciais.

As águas residuais tratadas podem ser uma nova origem de água?

Em 2021, apenas 30 entidades gestoras, das quais 20 em baixa e 10 em alta, produziram águas residuais tratadas para reutilização, correspondendo a 8,2 milhões de metros cúbicos, ou seja, a apenas cerca de 1,2 % da água residual tratada em estações de tratamento. Acresce que a maior parte dessa água residual tratada foi utilizada pelas entidades gestoras para uso próprio e que apenas 13% foi fornecida a outras entidades para serem reutilizadas. (RASARP 2022, volume 1)

Com diversos projetos em todo o mundo, também em Portugal a Veolia é pioneira na reutilização de águas residuais tratadas. A 25 de setembro de 2023 (Dia Nacional da Sustentabilidade), o consórcio constituído pela ADVID - Cluster da Vinha e do Vinho, a Águas do Norte, a Poças - Sociedade Vinícola Terras de Valdigem (SVTV), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Veolia Portugal, anunciava a implementação de uma instalação piloto, a partir da qual será possível proceder à irrigação de vinhas com recurso a águas residuais tratadas numa das ETAR que integram o sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal, e que permitirá igualmente o aproveitamento dos nutrientes e fertilizantes presentes na mesma. Notícia completa.

Exemplos de reutilização de águas residuais urbanas:

  • Irrigação de campos agrícolas
  • Rega de espaços verdes
  • Usos urbanos não potáveis (exemplo: lavagens de ruas)
  • Para utilização pela indústria
  • Reforço das origens de água para consumo (não permitido em Portugal)

Exemplos de reutilização de águas residuais industriais:

  • Arrefecimento de sistemas
  • Limpezas industriais
  • Reintrodução em processos industriais
  • Água de alimentação de caldeiras

A dessalinização contribui para uma nova origem de água?

A dessalinização da água do mar é uma forma eficaz de combater o stress hídrico em zonas costeiras áridas. É uma solução de elevado potencial considerando que cerca de 40% da população do mundo vive a menos de 100 quilómetros do mar e 25% a menos de 25 quilómetros. A dessalinização é também uma solução adequada para fornecer água para consumo humano em zonas onde os recursos naturais estão sujeitos aos efeitos da intrusão salina (rios, estuários, águas interiores ou águas salobras subterrâneas, etc.).

Sabia que as águas também podem contribuir para a transição energética e descarbonização?

Desde há alguns anos, sistemas de recuperação de calor a partir das águas residuais e a instalação de micro turbinas hidroelétricas na redes de distribuição de água têm sido usadas para valorizar a energia - tantas vezes desperdiçada - contida nas nossas tubagens e condutas.
O contributo das redes de água e saneamento para a transição energética

As lamas resultantes do tratamento das águas residuais podem ser valorizadas para produção de biogás através de processos de hidrólise térmica e digestão anaeróbia. Transformar lamas em biogás (que por sua vez é fonte de energia verde) atribui um novo valor a materiais que de outra forma podem ser prejudiciais para o ambiente. É também uma forma de  reduzir o consumo de combustíveis fósseis e por essa via contribuir para reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera.
Lamas de águas residuais, uma origem de energia verde

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