Dia Mundial da Alimentação

Crescer, Nutrir e Manter

Crescer, Nutrir e Manter

Mais de 2 mil milhões de pessoas (em cerca de 7 mil milhões) são regularmente privadas de alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para as suas necessidades. Em 2050 seremos 10 mil milhões de pessoas. Como garantir alimentos para todos? No Dia Mundial da Alimentação, assinalado a 16 de outubro, somos convidados a refletir sobre o contributo de cada um na construção de um sistema alimentar mais equilibrado e sustentável.

Nas últimas décadas o mundo assistiu a significativos progressos ao nível da melhoria da produtividade agrícola. Mas, apesar de hoje produzirmos alimentos mais do que suficientes para toda a gente, o sistema está longe de ser equilibrado. Fome, obesidade, perda de diversidade agro-biológica, desperdício alimentar e falta de segurança para os trabalhadores do setor são alguns dos problemas que evidenciam esse desequilíbrio. À medida que os países começam a desenvolver e implementar planos de recuperação no âmbito do COVID-19, é o momento de adotar soluções capazes de melhorar o sistema alimentar, tornando-o mais resistente a situações de crise.

O Dia Mundial da Alimentação em 2020 apela a uma solidariedade global para que todas as pessoas, e em especial as mais vulneráveis, consigam recuperar da crise gerada pela pandemia, e para tornar o sistema alimentar mais resiliente e robusto:  capaz de suportar a imprevisibilidade crescente e choques climáticos, de garantir dietas saudáveis para todos, e sistemas de trabalho dignos para os trabalhadores. Na resposta a estes desafios, a digitalização e o comércio eletrónico representam grandes oportunidades, assim como práticas agrícolas mais sustentáveis que protejam os recursos naturais do planeta, a nossa saúde e o clima.


 

A crise sanitária global tem-nos feito refletir sobre as coisas que realmente valorizamos e sobre as nossas necessidades mais básicas. Estes tempos de incerteza fizeram-nos também perceber como algo que damos por garantido - e que ainda assim falta a tantas pessoas no mundo - é tão fundamental para a nossa sobrevivência: alimentos.  

Garantir o acesso a alimentos seguros e nutritivos é e continuará a ser uma parte essencial da resposta à pandemia por COVID-19, particularmente para as populações mais pobres e vulneráveis, atingidas de forma mais severa pela pandemia e respetivas consequências económicas.

Mais do que nunca é importante reconhecer a necessidade de apoiar os nossos heróis dos alimentos  - os agricultores e todos os trabalhadores que integram a cadeia produtiva dos alimentos - que asseguram que os alimentos continuam a chegar à nossa mesa, mesmo em plena crise sanitária mundial.

 


Como produzir de forma sustentável os alimentos necessários, quando o solo, a água e a energia são recursos cada vez mais escassos?

→ Reduzir a pressão sobre os terrenos agrícolas 

A urbanização galopante e as alterações climáticas estão a aumentar a pressão sobre as terras aráveis. Acresce que a qualidade do solo tem também vindo a ser degradada.  Proteger o solo é por isso imperativo se queremos dar resposta à procura de alimentos presente e futura e evitar desastres humanitários. 

Em 2050, a produtividade dos solos poderá ser inferior em 30% à que conhecemos hoje

→ Utilizar a água e a energia de forma mais eficiente e sustentável

Globalmente, a agricultura é atualmente responsável por 70% do consumo de água total. A produção de alimentos e respetiva distribuição usa 30% de toda a energia consumida no planeta. Estas proporções impactam o ambiente e geram conflitos de uso. Considerando que o mundo enfrentará um défice de água global de 40% em 2030 e que a procura de energia se perspetiva que cresça 30% até 2040, é urgente tornar os consumos de água e energia na cadeia de valor da produção de alimentos mais eficientes e sustentáveis.

A agricultura é responsável por 70% dos consumos de água globais

Diversificar as fontes de proteína

A procura de proteína animal deverá duplicar até 2050. Para dar resposta a essa procura, o desenvolvimento da produção animal terá de ser de tal escala que gerará impactos negativos no ambiente significativos: aumento das emissões de gases com efeito estufa e sobreexploração de água e terras.
 

Melhorar o controlo dos alimentos

Como resultado de sucessivas crises alimentares nos últimos anos, os consumidores exigem maior controlo e traceabilidade dos alimentos. Garantir as origens dos alimentos e a qualidade certificada dos mesmos será cada vez mais importante.